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Colônia ( Larissa Siriani ) - Entre livros e travessuras

                                                                           Colônia



Estamos há 130 anos, 5 meses e 22 dias na Colônia.
Colônia. Um nome desses faria qualquer um imaginar que estamos ali por escolha própria, que estamos, de alguma forma, espalhando nosso alcance para alguma terra longínqua, alcançando novos povos ou qualquer coisa do tipo. Não estamos. A Colônia nada mais é que um esconderijo. Um lugar para onde a humanidade – ou o que restou dela – correu quando as coisas ficaram difíceis.
Não que a vida seja fácil na Colônia. Não é. Mas não deve ser muito melhor do lado de fora, imagino.
A Colônia é uma espécie de forte no meio do deserto. Há muros de quase cinco metros nos cercando por todos os lados, e espaço suficiente para abrigar as quase três mil pessoas que vivem aqui atualmente. Todo mundo na Colônia ganha um trabalho a partir do momento em que para de fazer xixi na cama. Há crianças acompanhando os pais em suas tarefas, e adolescentes nas linhas de frente de produção de comida, e adultos cuidando da organização e proteção do nosso lar. E há eu, treinada desde cedo para ser um soldado, acompanhando meu pai em expedições pelos muros e aprendendo sobre nosso sistema de segurança desde que tinha dez anos.
Estou há 16 anos, 3 meses e 10 dias na Colônia. Sou parte da geração que nasceu nela, e que nunca viu o lado de fora. Vi fotos de como era o mundo antes, mas cheguei a um nível de ceticismo em que deixei de acreditar em imagens editadas e contos de fadas. O mundo é uma droga desde sempre, e estamos lidando com isso da melhor maneira possível, suponho.
Lina, minha melhor amiga, diz que não. Ela chegou à colônia há pouco mais de nove anos junto com os pais, fugindo de alguma outra instalação que havia sido invadida por eles. Ela diz que ainda há beleza no mundo, e acredita que um dia vamos conseguir vencer a guerra – se não nós, então nossos filhos. Ela diz que eles estão ficando mais fracos. Eu discordo. Estão mais fortes.
E aí, há, é claro, eles.  Monstros, eu suponho que sejam, mas monstros que os humanos, em todo o seu egoísmo, inventaram. Criaturas geneticamente modificadas, com o apetite de dez leões, a velocidade de um jaguar e a força de um elefante. Eles se reproduziram como coelhos, e em questão de meses decidiram que os seres humanos eram seu prato predileto. Estávamos sendo massacrados antes de recorrermos aos esconderijos para tentar salvar o que sobrou.
Papai diz que os monstros não lidam bem com sol e terrenos arenosos, por isso a Colônia fica no deserto. Mas outros esconderijos também contavam com a segurança da areia, e mais deles tem sido destruídos a cada ano. Estão se adaptando. Sei de coisas que deixariam a população da Colônia em pânico, mas como parte do meu trabalho, mantenho segredo de todos, até de Lina. Se ela soubesse do que eu sei, garanto, seria menos otimista.
~*~
Estou em ronda, patrulhando os muros da área norte. É fim de tarde, e minhas pernas doem após um turno de seis horas. Estou suada por baixo das roupas escuras da patrulha, mas há anos me acostumei com o calor. Ficar de pé sob o sol não me incomoda, mas ainda assim, estou cansada. Quero voltar pro alojamento, me limpar e comer.
Como se lesse meus pensamentos, Lina aparece no meu campo de visão.
- E aí, vamos comer? – convida, sempre sorridente. Lina, como eu, tem pele e cabelos escuros, embora os dela sejam mais encaracolados e menos crespos que os meus. Das duas, sou a mais alta, mas por poucos centímetros. Muita gente nos confunde por irmãs.
- Ainda não. Faltam... – checo o relógio no meu pulso – Dois minutos para o fim do meu turno.
- Meu deus, vão fazer o que, te prender se você sair mais cedo? – Lina ironiza - Seu pai é o general!
- E eu sou um soldado. – repito. Já tivemos essa conversa milhares de vezes, e mantenho meu discurso padrão – Não posso abrir precedentes só porque sou filha de um cara importante.
- Que seja. Não vai acreditar no que aconteceu hoje...
E assim, Lina começa a tagarelar sobre Hanna, uma garota que trabalha no setor médico por quem ela é apaixonada, e como ela quase se declarou desta vez. Ouço só metade e tento responder de acordo. Nunca vou entender como Lina foi escolher logo eu para ser sua amiga. Acho que ela só precisava de alguém que a ouvisse, tanto quanto eu precisava de alguém que falasse. Nenhuma de nós suporta bem o silêncio.
Quando chegamos ao refeitório, o jantar já começou a ser servido. São quatro refeições servidas em porções calculadas e em horários específicos – se você perde uma, fica sem comer até a próxima refeição, a menos que conheça as pessoas certas. O refeitório está cheio, e Lina e eu pegamos a imensa fila de pessoas que esperam pelos seus pratos.
Bandeja em mãos, nos sentamos em uma das enormes mesas metálicas, dividindo espaço com gente de todos os setores. Lina trabalha na limpeza e manutenção, apesar de ter sido treinada para trabalhar na cozinha no lugar onde vivia antes – quando novas pessoas chegam, são designadas para onde quer que haja trabalho. Ela conversa com naturalidade com pessoas cujos nomes memorizei por ser parte do meu trabalho, mas com quem nunca troquei mais de uma palavra na vida.
Queria ser como ela, e não me sentir esmagada pelo peso da vida na Colônia. Queria tocar meus dias com a mesma suavidade dela, e poder me lembrar que sou jovem, e que há mais do que apenas botar meu uniforme todos os dias e vigiar os muros. Mas eu sei demais. Vi demais. Nunca poderei recuperar minha juventude.
Enquanto todos na mesa conversam, faço o que sei fazer melhor e observo. Observo quando Caco, da engenharia, ganha meia porção a mais de comida de Ruth, a servente, e me pergunto se eles estão namorando. Vejo Adônis, um dos nossos enfermeiros, ensinando o filho Richard a comer sozinho. E percebo, mais além, quando um guarda fala com outro guarda, que escuta algo no comunicador e murmura para outro guarda. E logo, todos os meus sentidos estão em alerta.
- O que foi? – Lina me cutuca, cenho franzido.
- O que? – me viro para ela, tentando ao mesmo tempo acompanhar a movimentação da segurança.
- Você está com aquela cara. – ela estreita os olhos, e me pergunto que cara seria aquela. Lina é a única pessoa que consegue decifrar meu humor só com um olhar. A maior parte das pessoas diz que eu não tenho expressão.
- Não é nada. – minto, e volto a comer. Lina não parece convencida, mas não insiste. Melhor assim.

~*~

Meu pai disse que não há nada de errado. Ele disse isso com o mesmo tom de voz impaciente que dirige a todo o seu pessoal, vago como só ele sabe ser. Ele espera que eu acredite, mas também não me diz o que aconteceu a ponto de mobilizar tantos guardas.
Talvez não tenha sido nada, penso. Se houvesse mesmo alguma falha significativa, todos os soldados teriam sido chamados, incluindo eu. Somos treinados para isso. Não pode ser nada grave se só os seguranças do refeitório foram acionados.
Tento, mas não consigo acreditar nisso. Há algo errado, eu posso sentir.
Sei que não vou arrancar nada dele, então sigo para o dormitório. Famílias dormem juntas, e aqueles que não tem família dormem em alojamentos mistos. A pedido meu, Lina mora conosco, comigo e com meu pai. Os pais dela morreram tentando traze-la para a Colônia, e minha mãe morreu quando nasci, então temos um lugar vago. E não é como se meu pai dormisse conosco. Eu nem sei onde ele está na maior parte do tempo. Era isso ou ficar completamente sozinha.
Lina adormece rápido, como sempre, mas a mim cabe a vigília. Fico horas acordada, e quando consigo pegar no sono, é um sono leve e inquieto. Sonho com guardas e morte, e estou tão embrenhada nos meus pesadelos que, quando ouço a sirene, acredito que ainda esteja sonhando. Só me dou conta do que estou acontecendo quando Lina me chacoalha.
- Acorda! Tá acontecendo alguma coisa! – ela diz, e abro os olhos para encontra-la sentada na cama, banhada de luz vermelha.
Luz vermelha. Alerta geral.
Me levanto num salto e enfio o uniforme mais rápido do que Lina consegue sair da cama. O alarme soa alto, e quando saio do nosso cubículo, encontro várias famílias assustadas preenchendo o corredor, todas com faces preocupadas, algumas pessoas chorando.
- Todo mundo fique calmo, por favor. – saio para o corredor e levanto as mãos de forma apaziguadora – É só um teste de segurança. Por favor, permaneçam dentro dos seus quartos enquanto nós fazemos a checagem dos sistemas.
Aquilo parece acalmar alguns, que voltam para dentro, embora outros ainda me olhem de maneira desconfiada. Lina vem até mim.
- O que está acontecendo? – ela sussurra. A mentira está na ponta da língua, mas quando olho pra ela, não consigo me convencer a mentir.
- Não é um teste. – falo, bem baixinho – Olha, eu preciso ir. Fica no quarto.
- Até parece! – ela balança a cabeça como se eu tivesse dito algum absurdo – Eu vou com você.
- Você... – olho para ela e sei que não adianta discutir. Reviro os olhos – Tá, anda logo.
Disparo pelo corredor, seguindo caminhos que já decorei, com Lina em meu encalço. Os alarmes não param, o que, para qualquer pessoa mais atenta, significaria que aquilo não é um teste. Mas as pessoas, eu aprendi há muito tempo, acreditam naquilo que querem acreditar. Qualquer coisa que as dê tranquilidade está valendo.
A central de segurança fica, como bem diz o nome, no centro do complexo. É uma sala grande de onde todas as operações, câmeras e pessoal são controlados. Sei que meu pai estará lá, e sei que ele é o único que pode me dizer o que está acontecendo. Estou vendo a porta no final do corredor quando ouço um estrondo e o chão treme sob meus pés. Lina cambaleia e cai com a surpresa.
- O que foi isso? – ela pergunta, pavor claro em sua expressão e sua voz.
Uma explosão, penso eu. Próxima, pelo nível do tremor. O que diabos está acontecendo?
- Vamos, a gente precisa correr. – eu a ajudo a se levantar, e disparamos de novo.
Estamos alcançando a sala quando a porta se abre e dela saem dezenas de soldados, homens e mulheres, alguns tão visivelmente desajeitados em seus uniformes que fica claro que, assim como eu, eles acabaram de sair da cama. Eles correm para todos os lados do complexo, e Lina e eu precisamos esperar que todos saiam para enfim entrar na central.
E o que vemos lá dentro é caos.
Meu pai está gritando com o comunicador, e há pessoas desesperadas falando em todos os cantos. A tela que mostra as imagens do circuito interno revela o verdadeiro apocalipse – há pessoas fora dos dormitórios, correndo desesperadas com suas famílias, e há guardas por todos os lados. E o que imaginei ser uma explosão era algo ainda pior.
O muro. O muro está danificado! Há buracos em toda a sua extensão, e eles estão aumentando. Os estrondos possivelmente foram causados por isso. Mas o que está abrindo os buracos?
- Pai! – grito, indo até ele. Meu pai é alto como eu, mas branco, de cabelos grisalhos. Está de uniforme completo, e para de gritar com o comunicador quando me vê.
- Você não devia estar aqui. – ele diz, e parece furioso ao avistar Lina – Nenhuma de vocês.
- O que está acontecendo? – pergunto – O que eu posso fazer pra ajudar?
Ele olha para mim, e então para a tela, onde a situação em todos os cantos da Colônia está cada vez mais preocupante. Então suspira.
- Eles nos encontraram. – diz, a voz séria, pesada – Estamos sendo invadidos.
Sinto o estômago gelar e afundar enquanto ele me passa um geral da situação. Eles vieram na calada da noite, passando despercebidos até que fosse tarde demais. Tinham se organizado para tentar derrubar o muro. Há pelo menos duas dúzias deles. Há muitos mais de nós, é claro, mas os números não contaram a nosso favor há 130 anos e não vão contar agora. Já estamos mortos.
- O que posso fazer? – torno a perguntar. Lina, ao meu lado, encara o chão num silêncio pouco característico.
- Organize os civis. Leve todos para o subsolo. – instrui. Faz uma pausa, e em seguida vai até sua mesa. Pega um envelope na gaveta e o entrega para mim – Você sabe o que tem que fazer.
Pego o envelope pelas laterais, com cuidado. O papel marca o volume, mas sei mesmo sem sentir o que há dentro dele. O plano B. Nunca achei que fosse ser eu a responsável por ele.
Nos olhamos brevemente. Nenhum adeus, nenhuma palavra – somente um aceno breve de cabeça. Meu pai tem sua missão, e agora eu tenho a minha. É hora de cumpri-la.

~*~

Organizar os civis acaba se provando uma missão muito mais difícil do que o previsto. Mesmo com a ajuda de vários guardas, o pânico é generalizado demais pra que eu consiga manter a paciência. Em questão de minutos, estou gritando e ameaçando pessoas. Será que eles não entendem que vão morrer?
Ouço estrondo, tiros, e os gritos à minha volta beiram o ensurdecedor. Queria saber o que está acontecendo. Queria ajudar na proteção. Parte de mim queria morrer na linha de frente, em vez de cozinhar em banho maria como agora. Quais eram as chances reais de que alguém na Colônia sobrevivesse a um ataque dessa magnitude?
Mas olho para Lina e me lembro que, nove anos antes, ela sobreviveu. Nunca perguntei a ela como, e ela nunca quis me contar, mas suponho que, de alguma forma, seus pais tenham se sacrificado por ela. Imagino se eles tinham um plano B e se este também fracassou. Quantos teriam morrido? Quantos além de Lina tinham conseguido abrigo em outros complexos?
São perguntas demais, e opto por não pensar. Fazemos nosso caminho pelas escadas estreitas que levam ao subsolo, uma espécie de quarto do pânico que cobre toda a área da Colônia, abastecida com suprimentos para alimentar toda a nossa população atual por um mês. Lembro-me do treinamento, quando meu pai me disse que só precisávamos sobreviver por uma noite. Quando o dia chegasse, os monstros seriam afugentados pelo calor, e teríamos uma chance.
Essa era a versão oficial. A versão que meu pai havia me contado, contudo, era muito diferente.
- Há suprimentos, mas não é o bastante. Quando entrarem no complexo, é questão de tempo até que matem todos nós. Por isso, precisamos do plano B.
Plano B. Era irônico, porque não havia plano A. Nunca houve. Para todos os soldados, o plano B era a última opção. Para mim e para todos os funcionários de alto escalão, era a única saída. E agora, ela depende de mim.
O quarto do pânico é um enorme espaço vazio, com sacos de dormir arranjados em pilhas e prateleiras de suprimentos trancadas a chave. Organizamos todos no subsolo, e enquanto eu encarava minha próxima missão, Lina tentava ajudar como podia, acalmando crianças e oferecendo consolo e respostas vagas aos adultos. Ela estava fazendo um trabalho melhor em manter a calma do que eu.
O plano B inclui três passos. O primeiro deles é comunicar os outros soldados. Vou até o primeiro e murmuro o código que todos aprendíamos no treinamento, e vejo o rosto dele empalidecer. Ele assente, e repassa o código aos demais, e um a um, todos tem exatamente a mesma reação. Então sigo para o segundo passo.
No canto oposto à entrada, há uma segunda porta, quase invisível no concreto. Vou até ela. Há uma única fechadura, grande e prateada, e um teclado numérico ao lado. Respiro fundo e digito a sequência de números que eu sabia de cor desde os dez anos. Abro o envelope e retiro dele as duas chaves. A primeira, maior, eu coloco na fechadura e giro.
A porta se abre, só para eu descobrir que o corredor está impenetrável. Quilos de terra e pedras bloqueavam meu caminho, me separando do meu objetivo. E agora? Nos treinamentos, nunca fui preparada pra isso. Como ninguém havia visto que nossa única salvação estava bloqueada?
- Senhora? – um dos soldados se aproxima – Quais são as ordens, senhora?
Os olhos fixos no corredor, não respondi por um instante. Então despertei.
- Precisamos desobstruir esse corredor. – falo, alto o bastante para chamar a atenção de todos os outros soldados – Arranjem pás ou algo com que possam cavar. Precisamos abrir passagem por esse corredor imediatamente.
Uma continência e todos estão em ação. Alguns guardas saem para cumprir outras ordens, e outros ficam, me ajudando como podem na desobstrução da passagem. Mas o corredor é estreito, e há muita terra, e logo há sujeira para todos os cantos e não parecemos nem remotamente perto de conseguir o que precisamos.
Mas não há tempo. Os estrondos e os tiros e os gritos estão cada vez mais perto, e é questão de minutos até que sejamos farejados. Se nos pegarem aqui, não há para onde fugir. Vai ser um banho de sangue. Precisamos agir mais rápido.
Eu passo a cavar com as mãos, a ferocidade quebrando minhas unhas e machucando meus dedos. Não há tempo para sentir dor. Precisamos fugir. Estou hipnotizada pelo meu próprio desespero quando ouço o som claro de algo sendo arrancado, e é aí que sei que eles chegaram.
Há um segundo infinito de silêncio, onde ninguém se mexe, fala ou respira.
Então o quarto explode em gritos e rosnados e movimento. Os guardas abandonam seu trabalho para lutar com mãos e armas, mas eles não tem a menor chance. Ouço o som de ossos se quebrando e pele se rasgando, e sinto o cheiro de sangue inundando o ar. Não consigo ver Lina em meio à massa, e sei que agora não adianta gritar por ela. Em desespero, faço tudo que posso fazer e luto contra a parede de terra com mais e mais afinco.

Garras me envolvem pelo tronco e me puxam. Eu grito enquanto sou arrastada sala adentro, e sinto minha pele ser dilacerada. A dor é tanta que paro de sentir, e a consciência começa a me escapar. Olho para o lado e encontro o rosto de Lina, ensanguentado e inexpressivo, os olhos vítreos de morte. É a última coisa que vejo antes de fechar os olhos.

16 fatos que ninguém sabe sobre mim ( #belindafaz16 )

Oiii pessoal! Tudo bom com vocês? Espero que sim! Hoje, dia 30 de Outubro, é meu niver de 16 primaveras. To ficando velha! Kkk E pra comemorar esse dia que eu amo tanto é resolvi fazer um post com 16 fatos que ninguém sabe sobre mim. Rsrs 



 * Eu quero fazer 3 faculdades: Moda, Medicina e Astronomia.

* Quando eu era criança, eu amava fazer "robôs" de caixa de papelão.

* Quando eu era pequena eu amava acordar cedo só para assistir o Telecurso.

* Eu já acreditei muito em superstições.

*Quando eu era pequena, eu amava inventar palavras novas.

* Um dos meus maiores desejos é ir em um centro espírita.

* Eu sou apaixonada por Londres, Veneza e Paris.

* Eu já tive TOC.

* Eu tenho o sonho de ter meu próprio hospital e ele irá se chamar Luiz Carlos, em homenagem ao meu pai.

* Apesar de tímida, eu sou muito sincera e odeio mentiras.

* Quando eu era pequena meu desenho favorito era Charlie e Lola.

* Eu sou apaixonada por vestidos.

* Eu já escrevi um mini jornalzinho e sai entregando nas casas do meu bairro.

* Eu tenho a mania de pensar e me perguntar sobre tudo, até as coisas mais simples.

* Quando eu era pequena eu amava brincar no Karaokê, mas minha voz já era horrível kkkk

* Meu sonho é morar no condomínio Allphaville em São Paulo.


Bela justiça ( Soraya Abuchaim) - Entre livros e travessuras.

                                            Bela justiça




Nina estava sentada em sua cama, olhando para a parede, hipnotizada. Não havia espelhos em seu quarto, ela não suportaria ter que se mirar e, todas as vezes, chorar pelo que havia se transformado. A casa possuía apenas o espelho do banheiro, que ela mantinha coberto por um pano preto quando não havia visitas - que eram raras. O dia 31 de outubro estava se aproximando, e era a única época do ano em que ela podia sair às ruas mascarada sem sentir-se julgada, examinada, fazendo parte de uma festividade, como se sua vida não fosse um velório contínuo. Antonina Braga estava com vinte e oito anos e tinha o rosto desfigurado, fruto de uma briga com seu padrasto, que, no calor do momento, a queimara com ácido. Ela tinha apenas quinze anos e nunca mais voltou à casa da mãe. O trauma e a aparência a fizeram viver reclusa, executando um trabalho monótono atrás da tela de um computador. Só que, após anos tendo uma vida patética, aquele outubro marcaria uma nova era. Nina fora tocada pela Voz de um Ser Maior, o Mal que habita em cada alma, e ela estava disposta a mudar a situação. Ela se levantou da cama e se arrumou com esmero, penteando os cabelos longos e negros atrás de uma máscara de caveira colorida, que nada tinha a ver com a pessoa soturna por trás. Vestiu uma túnica vermelha e colocou o capuz sobre a cabeça. Era a versão delicada de uma mulher despedaçada. Ousou ohar no espelho do banheiro, apenas os olhos negros estavam visíveis. Alívio. Nas ruas, conforme o sol se punha, dando lugar a um céu púrpura sem nuvens, as crianças agitavam-se. Campainhas, gritos e risadas eram audíveis, mas Nina tinha um destino em mente. Ela abriu a porta da casa para a rua enquanto ouvia a Voz que lhe guiava. Era um vozeirão grave, que dizia exatamente o papel de Nina, sua missão, e a recompensa que ela receberia. Por baixo da túnica, em uma abertura falsa, pensada para a ocasião, ela levava a adaga e o bisturi que a ajudariam a obter êxito no seu intento. Não importavam as consequências: depois daquela noite de Halloween, ela seria, literalmente, uma nova mulher. A ansiedade fazia seu coração disparar, enquanto ela caminhava pelas ruas, alheia às pessoas à sua volta, focada apenas em ouvir a Voz que a guiava. Depois da longa caminhada, ela entrou por uma rua pouco iluminada, especialmente escolhida pela Voz. Parou em frente à casa e apertou a campainha. Uma mulher linda e sozinha a recebeu, com uma cesta de doces nas mãos. Nina percebeu que a Voz estava certa: por trás daquela beleza, a mulher possuía uma aura negra. Não merecia os belos traços. Sem falar nada, Nina deu um beijo com sua máscara gelada nos lábios quentes da mulher, surpreendendo-a e a empurrando docemente para dentro da casa. Foi a última vez que a bela dama viu o céu estrelado. *** O dia amanheceu, havia papéis de doces espalhados pelas calçadas, e Nina saiu da casa. Era uma nova mulher. Cobrindo seu rosto, ao invés da caveira, havia uma máscara feita da mais bela mulher que ela pôde encontrar. Ela fizera um exímio trabalho de extração da pele sem danificar os traços, digno de um cirurgião renomado. A Voz a auxiliara mais uma vez. O resto do corpo… bem, não importava para mais nada, fora jogado em uma vala qualquer pelas redondezas. Nina foi presa uma hora depois, fadada a passar o resto dos seus dias atrás das grades. Assassina, homicida… esses foram nomes dados pela população revoltada. Mas Nina só queria voltar a ser bela.

Visita inesperada ( Danny Bello) - Entre livros e travessuras.

                                       VISITA INESPERADA




Após se despedir da irmã, Monalisa subiu até o quarto e encarou a parede hesitante. Desde o acidente do qual a “presentou” com dons ainda mais extraordinários, viajava em segredo pelos lugares que mais desejava ir criando portais através dos seus desenhos, aguardando que os contornos ganhassem vida até que se transformassem em realidade. O cansaço a venceu, permitindo-se descansar um pouco, ainda estava em período de repouso, mas ao descobrir seus poderes extravagava a ponto de levar sua mãe Minerva a loucura, quando a ouvia aprontando. Minerva não sabia, mas o com barulho que vinha do andar de cima era possível imaginar que Monalisa não parava quieta.
Com as pálpebras pesadas, Lisa acompanhava o dançar das cortinas movidas pelo vento próximas as janelas, recordando da última vez que seu ex traidor entrou por elas as escondidas para visita-la, como era de costume. Caiu num sono profundo, deixando que seu braço tombasse fora da cama. Ela saltou despertada por um estalo que vinha das janelas, viu a silhueta masculina se mexer a meia luz, correu a tempo de alcançar o taco de beisebol no guarda-roupa para se defender.
- Quem está aí? – Perguntou pronta para atacar o intruso.
- Não me reconhece mais meu amor? – Rebateu a voz familiar.
Lisa veloz ascendeu a luz, deparando-se com seu ex Derick sentiu seu coração falhar.
- Vamos querida, o que está esperando pra me dar um abraço? – Sorriu. – Hoje é Halloween sua comemoração favorita. Gostosuras ou travessuras?
Sem sair de sua posição, ela girou os punhos acertando o bastão com força no rosto dele, que levou a mão ao machucado, resmungando de dor. Em seguida limpou a boca ferida, avaliando os dedos sujos de sangue. Lisa não aguardou que ele falasse novamente, o agredindo outra vez, batendo em diversas partes da cabeça com ferocidade, o fazendo cair desacordado aos seus pés. Ela se agachou conferindo se o matou, através da pulsação.
- Vamos acabar logo com isso – disse ela.
Precisava ser rápida, andou de um lado para o outro, vigiando o corpo dele. Lembrou-se do noticiário, do qual exibiu os perigos do local do qual não lembrava o nome. Sua mente se pôs a trabalhar, apanhando o giz de cera na gaveta e rabiscando com agilidade a paisagem na parede, não demorou para que o lugar surgisse. Com dificuldade arrastou Derick pelo piso, mergulhando as pernas dele na areia movediça no outro lado do portal, sentada no chão do quarto, deslizando por fim o tronco, o resto ficava por conta do fenômeno. Ele abriu os olhos, agitando os braços num pedido de ajuda, quando a areia já o tomava até o queixo, Lisa acenou em despedida com um sorriso travesso no rosto, assistindo Derick morrer enquanto ele berrava por misericórdia.
- Respondendo a sua pergunta, que tal travessuras? – Lisa levantou contente com a visão dos traços se apagando na parede, assim como a vida de Derick que ela a tirou sem remorsos.   

A Cava de Guedes ( Luciana Oliveira e Adair Maia) - Entre livros e travessuras.

A Cava de Guedes.



  Esta história extraordinária e familiar que vamos contar se passou na década de 40, entre o ano de 1942 e 1943, onde nem de longe se imaginava a instalação da luz elétrica, em um lugarejo chamado Campestre, distante seis léguas de Crucilândia. O que se via naquele pequeno povoado, cravado nas montanhas que circundam Bonfim, ao anoitecer, era pequenas luzes que se movimentavam conforme a necessidade das pessoas, originadas de candeeiros que tinha a função de iluminar casas, fazendas e currais daquela época. O tropeiro Juvenato Cordeiro possuía umas terras ali, nos arredores do povoado; eram boas de planta e cria. Ele plantava cana, aguando com água do açude, tinha engenho de rapadura, de gado não sabia a conta, pegava mais de cinquenta bezerros por ano no curral. Fora o que amontoava no mato. Conquistar tudo aquilo foi duro e devagar para ele, mas agora Juvenato podia olhar o mundo ao redor: lá embaixo na várzea, lá em cima na serra e, para os dois lados, as perambeiras do pé do morro. Tudo seu. Avistou ao longe seu cavalo Navio pastando, respirou orgulhoso soltando a fumaça do cigarro de palha. A casa era grande, com madeiras pintadas de azul, paredes de cal branco. Juvenato mandou erguer dois quartos, um para os filhos homens e outro para as filhas mulheres, com vastas janelas de madeiras. Na sala de assoalho bruto, havia duras cadeiras compostas por uma mesa imensa que sustentava um velho rádio, que exigia seis grandes pilhas. Nas noites frias, a família imensa se esparramava no restante do cômodo, lá havia dois bancos cumpridos ideais para infindáveis conversas sobre as aventuras contadas pelo pai. Todos ali sabiam que Juvenato não abria mão de estar à frente de seus  negócios, vivia mais tempo fora de casa, com seus companheiros, do que com a família. Mas os filhos não se queixavam, pois, no pouco tempo que ficavam juntos, aprendiam lições para uma vida toda. Aquela noite não seria diferente, ele já havia acendido seu cigarro de palha, as filhas Emília e Deja sentaram-se a seus pés, os filhos dividiram-se entre os bancos e a soleira da porta, e escutavam atentamente. Ele começou: — Era um fim de tarde, eu cheguei de viagem cansado, a mãe de vocês, Leonidia, estava de péssimo humor, acredito que estava brava com minha demora na viagem, e por isso me recebeu com reclamações. Os filhos olharam para a mãe. Ela franziu a testa. O pai, após dar um sorriso brando, prosseguiu: — “Juvenato, você esquece que tem família? Se preocupa em vender as coisas que produz aqui na fazenda e trazer dinheiro para casa, mas não comemos dinheiro!”, disse ela soltando fogo pelas ventas. “Calma, Mulher!”, eu tentava acalmar a fera. “Calma? Eu preciso de sal, de querosene, de farinha...”, ela gritava. Percebi que não ia adiantar, ela estava irredutível, me queria perto, mas meu castigo seria sair de novo — falou, dando uma piscada para a mulher que o olhava com uma cara de brava. — Sem discutir, aproveitando que eu ainda estava com as tralhas e com o cavalo arriado, montei e sai em direção a Rua. A Rua, meus filhos, na verdade era a cidadezinha de Crucilândia. Assim a chamávamos antes. Eu estava cansado, Navio meu cavalo também, mas não podia contrariar a mãe de vocês. Para demonstrar certa frustração, saí a galope. Ao chegar à Rua, o dia já estava terminando, eram meados de junho onde os dias são menores e as noites muito escuras. Cumprimentei meu amigo caixeiro: — Boa noite, Lilico. — Boa noite, seu Juvenato. — Preciso de sal, de querosene e de farinha. Mas me atenda rápido, pois daqui volto eu, Deus e Navio porque estou com pressa e cansado — disse, tirando meu chapéu de palha. — Juvenato, ficou sabendo da morte de Manoel Dias? MMorreu faz três dias. — Não fiquei, Lilico. Homem bom aquele, gostava dele. Me arrume uma rodada de pinga para que eu e meus companheiros aqui bebamos a morte dele, já que ele não pode beber mais — falei, dando uma risada. Lilico me atendeu prontamente, serviu primeiro a aguardente que chamou de especial, brindamos e viramos a pinga que desceu ardendo minhas goelas abaixo. Mas vocês podem imaginar que quando encontramos com amigos, conversa vai, conversa vem, uma rodada de pinga aqui, outra ali, e o tempo foi passando. Quando dei por mim, já estava bem escuro. Guardei o que podia no alforje, montei Navio e saí em direção a Campestre. Na saída de Crucilândia tem um riacho, vocês bem sabem, chamado Riacho das Águas Claras, que é o nosso caminho, na entrada do povoado dos Maias. Durante o percurso, eu escutava a água batendo nas pedras do leito do riacho, escutava também a coruja, ela parecia me observar, virava a cabeça 360 graus me acompanhando passo a passo. Navio assustou-se com um voo desengonçado de um curiango. Os urutaus paralisados nas pontas de estacas com seus voos rasantes despertava certo arrepio. Eu comecei a me arrepiar em cima de Navio, uma sensação estranha, como nunca senti antes, tentei levar aqueles pensamentos para longe de mim, devia ser o cansaço da viagem, afinal eu conhecia aquele cenário como a palma da minha mão. Mas Navio estava arredio, ele demonstrava sinais de cansaço. Decidi ir pelo atalho, lá pelas bandas do Guedes, ao invés de pegar uma subida íngreme pelo povoado dos Maias. Quando estava a mais de duas léguas, meus pensamentos começaram a me trair, surgiu em mim uma grande preocupação com a Cava dos Guedes. A estrada é peculiar, muitas árvores, um aclive acentuado, barrancos com mais de dez metros dos lados e no meio deles um riachinho, eles o chamam de Riacho da Morte, com pouca água, que da até para atravessar a pé. Havia uma história antiga que ali acontecia coisas misteriosas. Meus antepassados me contavam que não era lugar para se passar depois do entardecer, pessoas juravam ter ouvido gritos, assobios, outras juravam ter visto assombrações, diziam até que ali era mal assombrado. Eu nunca acreditei naquilo, passei ali várias vezes, claro que sempre coincidiu que era dia, mas achava aquilo tudo uma bobagem. Ao chegar bem no início, na entrada da cava, Navio refugou, como se me alertasse que alguma coisa estava errada naquela noite. Estava muito escuro, ouvi um assobio alto e ensurdecedor, que aumentava à medida que os passos do cavalo iam em direção a cava. Algo estava diferente naquela noite, o cavalo arrastava as patas na terra solta, com se estivesse sendo empurrado para dentro. Pensei em voltar ou descer do Navio, mas ele já estava bufando, saindo de lado, arrastando as patas. Achei por bem ficar junto dele. Cavalguei um pouco mais, os pelos do meu corpo arrepiados, Navio já estava atravessando o pequeno riacho quando o pior aconteceu. Do nada, um peso sobrenatural forçou a garupa do cavalo, como se tivesse outra pessoa montada ali, fazendo com que ele fizesse uma força descomunal para seguir adiante e pegar a subida para sair daquele lugar. Navio nunca fez tanta força para romper com o peso que trazia. Naquele momento, olhei para trás e não vi nada, então senti um gelo em minhas costas e alguém segurou no arreio. Eu gritei: — Valei-me, Nossa Senhora! — Só me restou rezar, pedir proteção e esperar Navio sair daquela situação. O cavalo não obedeceu mais o meu comando, fugia comigo agarrado nele. O assobio cessou e naquele momento, eu não escutava mais nada a não ser o respirar ofegante do Navio, que por causa do peso já quase se arrastava pelo caminho. Aquilo durou mais uns minutos, eu perdi meu chapéu, porque as mãos somente se preocuparam em segurar o arreio. Entreguei-me a própria sorte, confiei no meu cavalo, ele conhecia o caminho, e confiei na proteção divina. Fechei os meus olhos e rezei. Nunca rezei tanto em minha vida. Só fui ver que estava na porteira de casa quando o Navio parou, aquele peso diminuiu, eu não olhei para trás, desci rapidamente, soltei o cavalo no curral, entrei em casa branco que nem uma vela, e se precisasse falar alguma coisa, acho que não conseguiria. A mãe de vocês já dormia. Não quis acordá-la. Passei a mão no terço e comecei a rezar. Com o cansaço, adormeci. Acordei cedo no outro dia, fui ver como estava o Navio. Vossa mãe se aproximou de mim. — Juvenato, o que houve ontem? Por que demorou tanto na rua? Onde Manoel Dias dormiu? Eu o vi chegar em sua garupa e não o vi hoje pela casa. Meu coração disparou. Minha cabeça rodou e vossa mãe me amparou para que eu não caísse. Expliquei a ela tudo o que aconteceu. Contei que Manoel Dias estava morto já havia dias e ela me disse com a maior calma do mundo: — Desta vez foi Manoel Dias, da próxima pode ser outra coisa, melhor não passar mais na Cava dos Guedes! Mulheres... Vai entender!

Luciana Oliveira


      Luciana Oliveira nasceu em Itaúna/MG, onde cursou Ciências Contábeis. Hoje atua como contadora professora de faculdade, autora pela Editora Fragmentos com o romance publicado em 2016, “Homens e Anjos”, e ainda atua na literatura infantil em coautoria com crianças de até 12 anos.


                                                         Adair Maia




     Adair Maia nasceu em Itaúna-MG, formado em Direito pela Universidade de Itaúna. Atua no direito previdenciário. Trabalha também no setor de controladoria de uma multinacional do ramo de autopeças. Orgulha-se de ter Gerenciado por longos anos as áreas de RH e Contabilidade de empresas do ramo siderúrgico.Nas horas vagas escreve contos e histórias.



Doce e travessura na faculdade ( Raffa Fustagno ) - Entre livros e travessuras.

                                                              DOCE E TRAVESSURA NA FACULDADE



Era Dia das Bruxas, mas no Brasil nem existia essa comemoração toda, eram somente algumas festas regadas à muita bebida e um monte de gente fantasiada uma noite só. Mas aquela noite seria especial para ela e mesmo não a tendo vivido ainda, ela sabia que de certa forma nem todos aceitariam sua atitude.
Passou  o dia bem, queria ter passado o dia  assistindo uma maratona de filmes do Jason e se deliciar com cada morte em Crystal Lake, aquele filme lhe dava sempre uma energia que ela nunca parou para pensar o motivo, mas via  o assassino como um grande herói e de verdade nunca se preocupara em pensar porquê, seu dia seria intenso como sempre, sem tempo para nada, e ela odiava que dia 31 de outubro caísse em um dia que ela tinha trabalho e faculdade, achava que merecia comemorar à altura e já tinha decidido como.
Amava seu trabalho, sua chefe era muito legal mas as aulas de Matemática financeira de fato não combinavam com sua vida, o professor pedante e debochado muito menos, ria todas as vezes que ela não entendia seus cálculos ou uso da calculadora financeira.Então já tinha planejado o que faria mas não dividiu com ninguém, pesquisou muito na internet e montou seu plano com muita sabedoria.
Naquela noite faria prova da matéria do professor que riu quando ela foi no quadro não saber calcular o que pedira, que lhe lembrava a todo instante que merecia ser sustentada por um homem  pois com o grau de conhecimento que tinha na matéria jamais conseguiria um emprego bom. Aquilo a deixava tão irritada.
Demorou para fazer a prova, fez questão de esperar todos saírem, se aproximou na mesa com a folha com contas que ela não sabia se estavam certas mas que tinha certeza que caso errasse ele pegaria a prova dela para apresentar para turma e servir de exemplo com o que não deveriam fazer, fizera na primeira avaliação, faria agora na segunda.
Entregou o papel, sentiu seu coração bater mais forte, as axilas suavam, logo em seguida ouviu um debochado:

-Achei que ficaria calculando até amanhã essa prova fácil, só não passa quem não quer ou não tem QI para entender.

Sentiu mais certeza do que faria, tirou da bolsa chocolates, uma caixa com um laço bonito e avisou que não tinha açúcar, que eram deliciosos. O professor olhou, levantou e agradeceu dizendo que ele e a esposa amavam doces e perguntou o porquê daquele presente:

- Atrasado, me desculpa, tinha que ter lhe entregue no dia dos Professores, mas acabei esquecendo. Só queria agradecer pela sua paciência em me explicar a matéria.

Pronto, ele teria que ser muito burro para acreditar que ela gostava dele depois de tanto deboche, mas inacreditavelmente parece que engoliu o que ela disse e já abriu a caixa colocando um bombom inteiro na boca.
Ela fez que ficou feliz com a cena, se despediu dizendo que seu uber tinha chegado.
Em casa, abriu a geladeira, esquentou a comida, estava sozinha, , e esperou as notícias chegarem. Primeiro foi o grupo da faculdade no whatsapp. Todos assustados com o que chamaram de infarto fulminante do professor.
Depois foi o Facebook onde ela tinha sido marcada em uma homenagem da turma dela. Alguém colocou em um comentário que achavam que ele  não tinha tido nenhum infarto e sim sido assassinado.
Ela riu, não sabia se tinha algum jeito de descobrir que era ela, mas a sua preocupação daquela semana passou, não seria mais um problema, até acharem outro professor, pode ser que estivesse presa em breve...não sabia, não lhe interessava, o importante é que naquela noite ela teria os dois, já que ao finalizar a janta abriu uma imensa barra de chocolate. Sim, ela tinha feito uma travessura e agora também comeria seu doce preferido. Para ela, o melhor Dia das Bruxas de todos.


Raffa Fustagno.



Raffa Fustagno é carioca, jornalista com pós em Marketing e com cursos na área de mercado editorial. Criou o blog A Menina que Comprava Livros em 2010, hoje conta com milhares de seguidores nas redes sociais onde fala de livros e filmes. Em 2016 publicou seu primeiro livro " O Livro da Menina" ( Babilonia Cultura Editorial) e esse ano teve um conto publicado na antologia do blog Nem Te Conto intitulada "Blogueiras.com". 
Apresenta mensalmente o evento da Menina na Livraria da Travessa do Shopping Leblon e já conta no currículo com mais de 150 eventos literários organizados e/ou apresentados nesses 7 anos onde já  entrevistou autores como Thalita Rebouças e Raphael Montes.
Recentemente esteve no programa  Conversa com Bial acompanhando a best seller Jojo Moyes como uma das maiores divulgadoras de seus livros. 



Make de vampira para Halloween.

Fiquei sabendo que amaram as makes postadas semana passada , fiquei feliz hoje trouxe uma simples de fazer uma de vampira , eu amo vampiros kkkk....
Bom eu fiz essa bem simples até , uma pele mais pálida , veias saindo mais, batom muito escuro tudo bem dramático e forte de se ver....
E é uma inspiração para quem quer ou pensa em fazer algo no Halloween até uma fotos mesmo ou a uma festa com esse tema...
Bom espero que tenham gostado 







(Instagram - @giofirmommakeup - esse é o profissional)
(Insta - @giovannalaiane)


Halloween entre livros e travessuras.


      Oiii pessoal! Tudo bom com vocês? Faltam exatamente 10 dias para o Halloween e vocês já estão acompanhando alguns posts especiais, mas vem por aí um projeto envolvendo seis escritoras brasileiras maravilhosas. Nele cada uma delas e eu, iremos trazer contos de terror para comemorar o Dia das Bruxas. Nós esperamos de coração que vocês gostem, comentem e compartilhe com seus amigos e familiares. E fiquem ligadinhos aqui no blog, na página do blog no face e nas redes sociais das escritoras.



Escritoras que participarão do projeto.



Luciana Oliveira ( @escritoralucianaoliveira )

Soraya Abuchaim ( @sorayaabuchaimescritora )

Raffaela Fustagno ( @raffafustagno )

Larissa Siriani ( @larissasiriani )

Danny Belo ( @dannydbelo )

Renata Braz ( @repachecobraz )






Frases que todo leitor fala 2


Oiii pessoal! Tudo bom com vocês? Como vocês gostaram muito do post que eu fiz com 5 frases que todo leitor fala, que eu decidi trazer mais um post dele. Espero que vocês gostem e comentem qual frase vocês mais falam.



*Eu vou entrar na Livraria só para dar uma olhadinha nas novidades!

* Mãe me dá um livro de presente?!

* Bem que o protagonista poderia sair do livro e virar uma pessoa real.

* Eu só vou comprar livros quando terminar de ler os que eu tenho!

* Definitivamente o filme não tem nada a ver com o livro!



Torta com cobertura de marshamallow (@truquesedicasdare)


Oiii pessoal! Tudo bom? No post de hoje a Re trouxe mais uma receita deliciosa . Humm! Rsrs Aproveitem e sigam a Re no insta @truqueseducasdare.







Aquela receitinha marshamallow de ontem 😋
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Massa: 2 e 1/2 copos de farinha de trigo ( copo medida de Requeijão q são 240 ml)
1 copo de manteiga ponto creme, 
2 a 3 colheres de sopa de água gelada até a massa formar uma bola.
Mexa com as pontas dos dedos a farinha e a manteiga até virar farofa e depois vai adicionado a água aos poucos, até a massa virar uma bola , pode ser mais ou menos do indicado.


.Só forrar as forminhas abrindo a massa com as pontas dos dedos, pode ser forma pequena ou grande.

Fure o fundo com garfo e leve para gelar com a massa por 10 min e depois direto para forno já quente a 180 graus por + ou - 20 min a 25 min até ficar levemente dourada.

Recheio Doce 1 lata de leite condensado misturar suco de 2 limões, 1/2 cx de creme de leite👉bater no liquidificador

Para Montar: Pegue a massa já assada e fria coloca o recheio de limão e por cima o marshamallow, use o maçarico ou leve ao forno bem quente para dourar o marshamallow .

Receita do Marshamallow: Em uma panela seca coloque 2 claras em neve com 3 xícaras de açúcar refinado e Mexer bem .

Levar em banho maria 👉 coloque a Panela das claras dentro do cesto da Panela do vapor ( pois o fundo da panela não pode encostar na água do banho maria) mexer até dissolver o açúcar.


  • Passar entre os dedos até sentir que o açúcar dissolveu... 👉não deixar muito quente. Levar em bowl da batedeira e bater até ponto de Picos firmes e adicionar raspas e gotas de limão.