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Visita inesperada ( Danny Bello) - Entre livros e travessuras.

                                       VISITA INESPERADA




Após se despedir da irmã, Monalisa subiu até o quarto e encarou a parede hesitante. Desde o acidente do qual a “presentou” com dons ainda mais extraordinários, viajava em segredo pelos lugares que mais desejava ir criando portais através dos seus desenhos, aguardando que os contornos ganhassem vida até que se transformassem em realidade. O cansaço a venceu, permitindo-se descansar um pouco, ainda estava em período de repouso, mas ao descobrir seus poderes extravagava a ponto de levar sua mãe Minerva a loucura, quando a ouvia aprontando. Minerva não sabia, mas o com barulho que vinha do andar de cima era possível imaginar que Monalisa não parava quieta.
Com as pálpebras pesadas, Lisa acompanhava o dançar das cortinas movidas pelo vento próximas as janelas, recordando da última vez que seu ex traidor entrou por elas as escondidas para visita-la, como era de costume. Caiu num sono profundo, deixando que seu braço tombasse fora da cama. Ela saltou despertada por um estalo que vinha das janelas, viu a silhueta masculina se mexer a meia luz, correu a tempo de alcançar o taco de beisebol no guarda-roupa para se defender.
- Quem está aí? – Perguntou pronta para atacar o intruso.
- Não me reconhece mais meu amor? – Rebateu a voz familiar.
Lisa veloz ascendeu a luz, deparando-se com seu ex Derick sentiu seu coração falhar.
- Vamos querida, o que está esperando pra me dar um abraço? – Sorriu. – Hoje é Halloween sua comemoração favorita. Gostosuras ou travessuras?
Sem sair de sua posição, ela girou os punhos acertando o bastão com força no rosto dele, que levou a mão ao machucado, resmungando de dor. Em seguida limpou a boca ferida, avaliando os dedos sujos de sangue. Lisa não aguardou que ele falasse novamente, o agredindo outra vez, batendo em diversas partes da cabeça com ferocidade, o fazendo cair desacordado aos seus pés. Ela se agachou conferindo se o matou, através da pulsação.
- Vamos acabar logo com isso – disse ela.
Precisava ser rápida, andou de um lado para o outro, vigiando o corpo dele. Lembrou-se do noticiário, do qual exibiu os perigos do local do qual não lembrava o nome. Sua mente se pôs a trabalhar, apanhando o giz de cera na gaveta e rabiscando com agilidade a paisagem na parede, não demorou para que o lugar surgisse. Com dificuldade arrastou Derick pelo piso, mergulhando as pernas dele na areia movediça no outro lado do portal, sentada no chão do quarto, deslizando por fim o tronco, o resto ficava por conta do fenômeno. Ele abriu os olhos, agitando os braços num pedido de ajuda, quando a areia já o tomava até o queixo, Lisa acenou em despedida com um sorriso travesso no rosto, assistindo Derick morrer enquanto ele berrava por misericórdia.
- Respondendo a sua pergunta, que tal travessuras? – Lisa levantou contente com a visão dos traços se apagando na parede, assim como a vida de Derick que ela a tirou sem remorsos.   

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